quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Bravura Indômita

in.dô.mi.to - indomado, rebelde, bravio, corajoso. Ao manter o mesmo nome em português do filme original para este remake, muita gente ficou se perguntando o que seria "indômita". Eu, inclusive. O termo não é muito mais usado hoje em dia, aí pensei em trazer informação e cultura para vocês. Podem me agradecer.


Bravura Indômita (True Grit, 2010)
Direção: Joel e Ethan Coen
Apesar de eu dizer ali em cima que este é um remake do filme de mesmo nome de 1969, os Irmãos Coen não pensam assim. Para eles, essa é apenas uma nova adaptação do livro de Charles Portis que deu base ao outro filme também. Não importa, não vi o filme antigo, não tenho como comparar nada.
Hailee Steinfeld é Mattie Ross, menina de 14 anos que teve seu pai assassinado por Tom Chaney (Josh Brolin). Então ela contrata o federal Rooster Cogburn (Jeff Bridges) para capturá-lo. Na jornada, junto com eles, vai LaBoeuf (Matt Damon), um Texas Ranger.
E já que a sinopse fala dos atores do filme, vou aproveitar a deixa. Jeff Bridges é surpreendente como Cogburn. Tem um sotaque carregadíssimo, age realmente como um federal desleixado e bêbado. Se não fosse por Colin Firth e sua gagueira, apostaria nele para o Oscar de Melhor Ator, ao qual concorre. Mas quem eu realmente quero que vença é Hailee Steinfeld, na categoria Melhor Atriz Coadjuvante. A menina dá um show de interpretação. Sempre determinada, inteligente, a típica adulta em corpo de menina. Mas não é por isso que ela deixa de ser uma menina às vezes. O filme é sobre a jornada dela de encontrar o assassino do pai, então por que atriz coadjuvante? Oras.
Mattie consegue negociar como ninguém. As cenas em que ela faz a cabeça de quem ela está negociando são demais. Bela atuação e belo roteiro, que mantém o filme sempre andando. E é interessante ver que naquela época pôneis custavam 10 dólares.
A construção de personagens é muito competente. Você realmente consegue enxergar o relacionamento que surge entre os personagens. Você entende porque Cogburn aceita a missão de Mattie, porque aceita que ela vá junto. Entende porque LaBeouf fica relutante, vai embora, volta.
De todos os Oscars em que o filme está concorrendo, acho todos merecidos. Além dos comentados acima, o filme tem ótima direção, roteiro (adaptado, óbvio), fotografia, direção de arte, edição de som, mixagem de som e figurino. Aliás, faroestes costumam ser bons nessas categorias técnicas, pelo simples fato de ter de reconstruir o mundo de um jeito que não existe mais, assim como os filmes de época, o que um faroeste não deixa de ser.
Terminando de um jeito bem emocionante e emocionado, digno de western dirigido pelos Coen, o filme pode não ser uma reviravolta no mundo do "bang-bang", mas é muito bem realizado e conta uma história muito boa. Ele merece ter sido indicado a Melhor Filme, mas talvez não mereça ganhar. Não porque é ruim, longe disso, mas porque há concorrentes mais fortes.


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